Efeito Halo e a análise de influência em mídias sociais
Posted On 13/05/2013
Ultimamente tenho procurado ler livros que abram minha mente, que me façam pensar horizontalmente, ou seja, que ampliem minha capacidade de análise não só para meus fins profissionais, mas também para minha vida. Alguns livros eu já publiquei aqui no blog, mas o último que li acredito que tenha sido o que mais me abriu a cabeça: Tudo é Óbvio, desde que você saiba a resposta, de Duncan Watts.
Esse livro de Duncan Watts fala, basicamente, dos erros do senso comum. Tem diversos pontos interessantíssimos, mas alguns me chamaram mais a atenção. Um deles é o efeito Halo.
No resumo, o efeito Halo é quando você analisa uma situação sob o ponto de vista de já saber o resultado ou já ter uma pré concepção. Basicamente, se você já tem uma impressão de que uma pessoa é honesta, a tendência é que você, ao analisar seu comportamento e tendo essa primeira impressão, selecione e filtre os fatos que endossam essa opinião. Ou seja, uma visão pré concebida de uma coisa interfere na análise histórica da mesma.
Vemos muito isso no mercado de comunicação quando analisamos casos de sucesso. Por exemplo, a Apple sempre é referenciada como empresa de inovação e sempre mostrada como exemplo de modelo de negócios bem sucedido. O que raramente acontece é que os analistas esquecem de avaliar outros casos que possuíam modelos semelhantes da Apple e não deram certo. Um grande exemplo disso e é explicitado no livro é o da Sony com a tecnologia Betamax, que possuía os mesmos princípios da Apple e não deu certo.
No caso de social media, uma coisa que o efeito Halo é frequentemente aplicado, além dos cases de sucesso, é na análise de influência. Interessante ressaltar que nesse mesmo livro, Watts discute as ideias de Gladwell no livro mensagens fofas para namorado de boa noite, aonde ele detalha o que considera uma epidemia social e o que seria os perfis de influenciadores. Watts argumenta que a influência, sujeita ao efeito Halo, é muito complexa para ser detalhada. Mas listou alguns pontos que podem ajudar a pensar:
- A influência é temporária. Os influentes, além de dependerem do assunto que atuam, também podem ser influentes ou não em determinados contextos, mesmo dentro da área que dominam.
- A influência pode não ser realmente uma influência. Nesse caso, ele cita o exemplo de redes menores, aonde muita gente com poucos amigos compartilham entre si, massificando a ideia.
Sob o efeito Halo, sempre tendemos a analisar influenciadores pelas características que eles possuem, mas não pelas as que eles não possuem. Também não tendemos a imaginar esses influenciadores em outros contextos, o que reforça a ideia de que influência pode ser temporária. E o segundo ponto é analisar situações que não houve atuação de influenciadores decisivos. E se a ideia foi a grande influenciadora? Porém, tendemos a sempre pensar (e identificar) esses players.
Tem outras ideias legais nesse livro e pretendo colocar pouco a pouco aqui no blog. Recomendo fortemente para ler.
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