Transmedia Storytelling: Narrativa Lacunar, Identificação e Intensificador
Eu e o Fernando Collaço apresentamos um painel no I Fórum Transmídia na ESPM-SP contendo análises de cases de Transmedia Storytelling. Os resultados estão na apresentação, no final desse post, mas gostaríamos de comentar um pouco a metodologia que adotamos. Também incluímos a análise dos quatro cases escolhidos.
Frase de resumo:
“Identificamos, nos cases de Transmedia Storytelling, a presença de uma narrativa moldável/lacunar que estimule/possibilite a identificação do espectador, potencializada por recursos e aparatos estilísticos que funcionam como intensificadores dessa identificação e possibilitam a entrada relevante de outras mídias no universo narrativo”
Narrativa Lacunar
Por mais cronológicas que essas narrativas sejam, as inserções de lacunas e a moldabilidade da narrativa possibilitam a exploração dessas “brechas” para a criação de histórias em outras mídias e também o envolvimento e engajamento do público com o universo narrativo. Uma boa forma de criar esses “ganchos moldáveis” é o recurso do suspense e curiosidade: as lacunas se formam a partir da necessidade de responder questões que surgem na narrativa.
Além disso, essa plasticidade permite uma atemporalidade na experiência do espectador e uma exploração horizontal do universo construído.
Identificação
A identificação dos espectadores com a narrativa é primordial para o sucesso de qualquer história. O recurso de roteiro mais utilizado para fazer uso disso é a criação de personagens complexos e cativantes, em que o público se projete/identifique com eles e fique imerso no universo.
Intensificadores
Para que a identificação seja potencializada e envolva totalmente o espectador, o projeto transmídia pode utilizar recursos e aparatos estilísticos/narrativos para intensificar a experiência. O intensificador não é uma mídia especificamente, mas sim uma estratégia que o projeto transmídia pode adotar para permear o conteúdo das outras mídias.
Exemplos de intensificadores: utilização de estética subjetiva, tom confessional (discurso em frente à câmera, blogs/perfis de personagens, etc.), estímulo ao engajamento (Alternate Reality Game – ARG, etc.), exploração histórica do universo (acontecimentos antes e depois da história principal), etc.
Abaixo os slides da apresentação.
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