Resenha do livro “O Poder do Hábito” de Charles Duhigg

Resenha feita por Larissa Maschio: jornalista, comunicadora, apaixonada por Redação, Design e Comunicação Interna.

Na obra “O poder do hábito: por que fazemos o que fazemos na vida e nos negócios”, o autor Charles Duhigg explica, utilizando uma linguagem simples, como os hábitos dominam as atitudes diárias das pessoas, permeando desde suas convivências familiares até suas decisões profissionais. Ele divide o livro em três partes: “ Os hábitos dos indivíduos”, “Os hábitos das organizações bem-sucedidas” e “Os hábitos de sociedades”, além de apresentar um prólogo e um apêndice.

Apesar dessas divisões, na obra existe lógica e continuidade claras. Todos os capítulos, apesar de possuírem temas diferentes, apresentam o mesmo fim, que é o de esclarecer como hábitos são construídos e estão enraizados nas diversas esferas de convivência dos indivíduos.
Os hábitos são comportamentos comuns a todos a todo tempo, são ferramentas fixas presentes na área mais interior do cérebro – os gânglios basais – com uma função tão simples quanto útil: poupar energia metal para ações que precisam realmente ser avaliadas conscientemente em todas as suas etapas. E cada um deles possui três fases, a primeira é o estímulo, quando o cérebro busca semelhanças com outros momentos já vivenciados, a segunda é a cadeia de ações realizadas automaticamente a partir do estímulo, e a terceira é a recompensa, em que recebemos um prêmio por completar a rotina conforme o esperado. O autor explica esse conceito na página 36:

“Primeiro há uma deixa, um estímulo que manda seu cérebro entrar em modo automático, e indica qual hábito ele deve usar. Depois há a rotina, que pode ser física, mental ou emocional. Finalmente, há uma recompensa, que ajuda seu cérebro a saber se vale a pena memorizar este loop específico para o futuro”

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No entanto, por responderem automaticamente aos estímulos, os hábitos podem tanto ser benéficos quanto prejudiciais às pessoas e às organizações. Duhigg traz vários exemplos disso e de situações nas quais empresas e indivíduos analisaram conscientemente deixas, rotinas e recompensas de seus hábitos e, dessa forma, modificaram seus comportamentos e transformaram suas vidas ou seus negócios. Ele cita, entre outros, casos como o do desenvolvimento de uma estratégia para a promoção do Freeze, um produto para tirar cheiros de tecidos, o da melhoria do atendimento da marca Starbucks por meio do investimento em hábitos de funcionários, o da luta pacífica pelos direitos de igualdade racial nos Estados Unidos na década de 60, o do controle sobre o vício em álcool conseguido pelos membros dos Alcoólicos Anônimos e o da mudança de hábitos relacionados à Segurança do Trabalho na Alcoa, o que alterou todo funcionamento e valor da empresa.
Também de acordo com o escritor, mesmo que os hábitos estejam totalmente enraizados nos comportamentos de pessoas e empresas, eles ainda podem ser alterados se houver percepção racional de quais são as deixas, rotinas e recompensas que os estruturam. Transformar hábitos não é impossível, mas exige força de vontade e esforço: “A mudança pode não ser rápida e nem sempre é fácil. Mas com tempo e esforço, qualquer hábito pode ser remodelado.” (Duhigg, p. 288)
Apesar de não pertencer ao gênero de autoajuda, esse livro pode ajudar muitas pessoas a melhorarem suas vidas e superarem suas inquietações pessoais. Se lido com atenção, ele proporciona uma lição de como viver de uma forma melhor e com mais satisfação. Pode colaborar com o enfrentamento de diversos tipos de vícios, como álcool e comida, e com a busca pelo controle de alguns casos de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e Ansiedade.
Pessoalmente, desde que comecei a lê-lo, observei uma significativa melhora em várias aflições desencadeadas por pensamentos e ações automáticas relacionadas à ansiedade. Conforme é apresentado no livro, constatei que minhas ações em geral seguem a ordem “deixa-rotina-recompensa” e, portanto, ao descobrir as deixas e as recompensas dos meus hábitos, posso alterar a rotina deles de modo que as sequências iniciadas pelas deixas sejam positivas e não negativas.
Além disso, pessoas ansiosas, como eu, possuem preocupação extrema com o futuro e desafios inesperados que podem surgir nele, mas a partir do momento em que se compreende que várias deixas são repetidas, pode-se traçar planos para alterar rotinas e, assim, ter como recompensa ansiedade e nervosismo menores quando novos desafios aparecem. O hábito de traçar planos como respostas a desafios é apresentado no livro, quando descreve um estudo no qual pessoas com problemas de saúde foram motivadas a desenhar planos para possíveis fatores inesperados que tinham possibilidade de surgir durante suas recuperações.
A partir da obra também é possível entender melhor comportamentos aparentemente ilógicos de outras pessoas e, assim, tentar ampliar a empatia por elas, analisando como cada uma construiu seus próprios hábitos, que podem divergir parcialmente dos de outras pessoas. E com esse processo é possível ajudar na resolução de conflitos interpessoais.
O livro “O poder do hábito: por que fazemos o que fazemos na vida e nos negócios” é uma obra que além de ajudar a compreender o comportamento de pessoas, de relações profissionais e de empresas tentando vender seus produtos por meio de estratégias publicitárias, é capaz de intrigar seus leitores a procurarem dentro de suas mentes os hábitos enraizados e tentar moldá-los como respostas mais positivas para suas vidas, melhorando também resoluções perante desafios e ampliando seus livres-arbítrios e suas qualidades de vida.
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