Cultura da Conexão de Henry Jenkins – parte três

 

Sendo o último post da série (veja as partes um e dois), focarei nas conclusões e minha opinião sobre o livro como um todo. Nos últimos capítulos, Jenkins cita três grupos que se beneficiam (e utilizam) a cultura do compartilhamento em seus trabalhos: a mídia independente, a mídia católica/evangélica e a mídia ativista. De acordo com Jenkins, as três não buscam restringir seu conteúdo, incentivam a transmissão gratuita e, principalmente, sabem que os custos de replicação do seu material são caros se comparado com a disseminação espontânea dos usuários.
Nas conclusões, Jenkins lembra que é um caminho natural essa cultura do compartilhamento devido aos baixos custos para replicação de conteúdo e, principalmente, para releitura e apropriação. Apesar dos movimentos em torno de paywall nos portais jornalísticos, em que o conteúdo acaba sendo fechado e restrito para mudanças, Jenkins afirma que um material da mídia propagável passa por diversas adaptações e reapropriações, perdendo até o sentido original. Em um dos capítulos, ele cita, como exemplo, as adaptações para diferentes países das novelas mexicanas e brasileiras.
No geral, gostei bastante do livro mais pelo fato de ele estudar os movimentos e os desdobramentos sócio-culturais dessa cultura do compartilhamento. Me fez pensar sobre diversas questões em torno do acesso e arquivamento da informação, em que o Youtube se torna uma espécie de biblioteca para consultarmos referências antigas (e até readaptá-las para se tornarem atuais). Também me fez ter mais argumentos na defesa de um conteúdo aberto, livre, em que não restringimos mais a propriedade e incentivamos a disseminação, rentabilizando através de acessos exclusivos, materiais especiais, etc. Sempre gostei muito da ideia do modelo freemium e creio que será a principal forma utilizada por aplicativos e outros serviços web.
Agora, meu próximo passo será estudar mais as características em torno da ideia de viralidade (ou mídia propagável) para entender mais a fundo a ideia de influenciadores, algo que não está muito aprofundado no livro. E, claro, que meus estudos serão postados aqui.
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