Cultura da Conexão de Henry Jenkins – parte um

Comecei a ler esse interessante livro do famoso estudioso Henry Jenkins, principal referência em transmídia. O livro fala basicamente do que ele chama de Mídia Propagável, ou seja, nosso famoso viral. Nesse ponto, ele já deixa claro o porquê de não gostar do termo viralidade. Ele diz que a ideia de viral pressupõe que algo atua como um vírus, ou seja, a pessoa é infectada e transmite sem saber o motivo. Já mídia propagável pressupõe que o usuário fez um comportamento de propagação, ou seja, há motivações e é algo consciente. E ele diz que justamente entender os motivos de algo se propagar massivamente é o núcleo para uma estratégia eficiente dentro da comunicação.
Outro ponto interessante do livro se encontra no capítulo 2, chamado de “A reavaliação do residual”. Residual, no contexto da comunicação, é conceituado no livro como o efeito “eco” de uma obra. Por exemplo, um clipe brega antigo é postado no Youtube e ganha força propagável do nada. Basicamente, é quando não se espera mais que algo irá ganhar repercussão.
O capítulo trata de falar sobre como o valor do residual está influenciando nas obras atuais. Incrível que Jenkins diz que a principal consequência é o retorno forte do retrô. Com o Youtube e outras plataformas sendo um grande repositório de conteúdo e servindo também de fonte de consulta histórica, o público está sempre sendo atingido (via timeline de amigos ou busca pessoal) de referências antigas, num claro efeito do valor residual. Ou seja, as referências antigas são, na realidade, referências atuais para o público.
Um exemplo que vejo é a retomada de regravações (reboots) de filmes e histórias. Só nesses últimos lançamentos, já podemos notar quantos são continuações de franquias antigas ou reformulação (Tartarujas Ninjas, Godzilla, Jurassic Park são alguns mais recentes). Também há uma retomada de ritmos mais antigos na música, além de uma grande mixagem e reciclagens nas obras audiovisuais para a internet. Outro ponto que Jenkins reforça é a questão de algo antigo não ser chamado mais de “velho” e sim de “clássico”, sendo usado comercialmente pelas produtoras e franquias para venderem produtos e merchandising.
Futuramente, posto as considerações sobre audiência e comportamento do público focado em modelos de negócio e mensuração que o Jenkins cita no livro.
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