Crowdsourcing, compartilhamento e o caso Giants Brasil
Gabriel Ishida
O post de hoje foi produzido pelo meu amigo Renato Lazzarini e achei bem interessante como o crowdsourcing ajudou na consolidação do seu site sobre o Giants. Segue o artigo. — Durante toda a história da humanidade, para criar algo e a difundir para uma grande multidão de pessoas, elas teriam que estar juntas no mesmo lugar. E, de repente, com a internet nós somos capazes de criar uma multidão virtual. E o que acontece se todas essas pessoas agirem de forma mútua para um específico objetivo? Pessoas com o mesmo interesse, para divulgar suas paixões, seus hobbies, sua arte… Esse comportamento ocasionou mudanças na maneira de viver e ver o mundo. Hoje, com um planejamento eficaz e o uso de uma estratégia, que antes era marginalizada e hoje em dia está mudando a realidade do mundo, tudo ficou ainda mais fácil.
E o que seria isso? Crowdsourcing. Esse conceito foi dito por Jeff Howe em 2006, quando publicou um artigo na revista Wired intitulado: “The Rise of Crowdsourcing” – onde o mesmo traduziu esse conceito para algo como: “É o ato de pegar um trabalho tradicionalmente designado à um empregado e externá-lo para um grupo indefinido (e geralmente grande) de pessoas, através de uma chamada aberta, geralmente pela internet”. Pois, para ele, nada se compara a inteligência colaborativa em massa para divulgar uma ação. Um exemplo que todos nós conhecemos? Wikipedia. Outro exemplo? Linux.
Existe o lado perigoso do crowdsoucing. Exemplos banais? Em alguns sites podemos encontrar que David Beckham foi um goleiro chinês no século XVIII. E Richard Gere aparece na nota de 10U$ Australiana vestido de mulher. Ou seja, essa contribuição coletiva e sem censuras pode, às vezes, ao invés de ajudar, atrapalhar. Mas isso estamos cansados de saber e a grande maioria das pessoas que navega na internet consegue entender que nem tudo é confiável.
Mas o tema aqui é como podemos usar essa estratégia para melhorar nosso negócio. O que faremos? Usarei o que aconteceu comigo e meu site Giants Brasil para exemplificar.
1. Construímos uma comunidade de pessoas com os mesmos interesses.
Encontrei pessoas que, assim como eu, tinham interesse em disseminar a paixão pelo futebol americano e traduzir notícias (que até então só tinham em inglês) para o português, além de discutir e bater um papo sobre o esporte.
2. Damos a essa comunidade uma plataforma na internet.
No primeiro momento, criei um blog (na época no blogspot), algo bem simples, onde as pessoas que tinham o mesmo objetivo conseguissem se encontrar e conversar. Nessa fase, já começa haver um certo compartilhamento do conteúdo, pois, assim como eu, as pessoas também querem conseguir mais pessoas para conversar e ter novas opiniões.
3. Administramos e criamos um marketing para essa comunidade, afim de ser compartilhada.
Com o passar do tempo, percebemos que a comunidade havia crescido bastante, porém chegou um momento em que ela estagnou. Solução? Vamos criar novas plataformas onde as informações podem ser compartilhadas de modo fácil e rápido. Com isso, criamos um novo layout, passamos a ser um site (www.GiantsBrasil.com.br), fizemos um Twitter e um Facebook.
4. Adquirimos um grande número de seguidores, que conseguirão novos seguidores e assim segue.
Hoje em dia, 60% de nossos acessos são acessos diretos(25% de redes sociais e o resto fica entre sistemas de busca e parceiros), onde essa grande porcentagem foi conquistada pelas ações de crowdsourcing no Twitter e Faceebok. Todas as notícias postadas no site são compartilhadas nas outras redes sociais. Criamos imagens, vídeos e notícias com o nosso logotipo e endereço do site embutidos neles, onde as pessoas (seja pela paixão ao esporte, interesse ou crítica) compartilham em suas respectivas páginas, criando uma divulgação espontânea para o site.
Com isso, o site cria um laço muito forte com seu público, que é chamado de “parceiros em potencial”. Pois o público, que antes era receptor passivo das notícias que eu postava no blog, tornou-se ferramenta essencial para a criação, melhoria e divulgação. Agora os leitores podem não só ler as notícias, mas participar ativamente em: criações de idéias, sugestões, críticas e muito mais. Eles são, ao mesmo tempo: leitores, consumidores, publicitários, analistas de satisfação/qualidade e criadores de novos produtos através de interesses que surgirão com o diálogo entre consumidor (leitor) e produtor (administrador do site).
Claro que as redes sociais, que é uma arma poderosíssima para as empresas, tem que ser usadas de maneira correta. O planejamento tem que interligar, conectar todas as redes possíveis de modo que, ao mesmo tempo, elas tenham identidade própria. Se uma pessoa ver a ação no Twitter somente, entenderá o que está sendo passado.
Nãopodemos deixá-las totalmente independentes uma da outra, pois nem todas as pessoas (mesmo acreditando que seja muito pouco) possuem todas essas plataformas para participar. Criando esse tipo de conexão entre elas, o seu resultado será positivo. Se você conseguir que ela compartilhe em uma dessas redes, cria-se a possibilidade de reverberação do conteúdo nas redes de amigos dos leitores.
Para que aconteça isso, você tem que fazer a pessoa sentir prazer de ver/ler/comprar/participar daquilo, caso contrário não será recíproco. Um exemplo para deixar claro:
Modo Incorreto: @giantsbrasil: Acesse o nosso site. (Quem ler isso vai pensar em compartilhar? Claro que não. Claro, que há exceções. Se a pessoa que leu isso for pai, irmão ou um amigo próximo pode até ser que compartilhe por compaixão, mas os demais: não.)
Modo Correto: @giantsbrasil: Notícias. Promoções. Entrevistas. Tudo isso e muito mais em GiantsBrasil.com.br – Você tá com a gente nessa?! WE ARE THE BIG BLUE! (Nesse exemplo, por causa das ‘possibilidades’ e ‘opções’ encontradas no site, junto com o grito de guerra, impulsiona a paixão e interesse das pessoas, que vão acabar compartilhando para descobrir ou criar pessoas para esse objetivo em comum)
Por isso que, hoje em dia, está crescendo o número de pessoas especializadas em monitoramento e análise de social media, objetivando entender como extrair o máximo desse recurso. Deve-se lembrar que o o uso do crowdsourcing não éexclusivo para ações de publicidade. Ele também está sendo usado para outros tipos de criações, como é o caso da produção do videoclipe da banda The Vaccines (video abaixo, onde pegaram fotos de seus fans durante shows e fizeram o clipe) e também para ações como doações, denúncias e até mesmo revoluções sociais em certos países.
Crowdsourcing deixa claro que as pessoas são capazes de se organizar de forma produtiva sem precisar de grandes empresas ou corporações. Se você ainda não faz uso dessa estratégia para seu negócio, site ou comunidade, experimente usar. Os resultados serão positivos em um curto espaço de tempo, trazendo uma nova visão e um novo caminho.
Sobre o autor: Renato Lazzarini é fotógrafo, editor de vídeos, profissional de social media, proprietário do site GiantsBrasil.com.br e colunista do site GKBR.com.br.